Em 2003-04, o Minnesota Timberwolves chegou às Finais da Conferência Oeste contra o Los Angeles Lakers após terminar na primeira posição com 58 vitórias em 82 jogos (70,7% de aproveitamento), sendo derrotado por 4 a 2 para os vice-campeões naquele ano (derrota de 4 a 1 para o Detroit Pistons). De lá para cá, são 13 anos sem ir aos playoffs, "defendendo" a marca de maior sequência sem aparições na pós-temporada em atividade na NBA, e 12 anos seguidos que a equipe não tem mais vitórias do que derrotas (a última vez que a equipe teve aproveitamento acima de 50% foi na temporada 2004-05, quando teve 53,7% de aproveitamento com 44 vitórias), tendo 685 vitórias em 1.045 partidas.
Atualmente, o time possui 31 vitórias e 47 derrotas (39,7% de aproveitamento), ficando na lanterna da divisão noroeste e na 12ª posição da Conferência Oeste, mostrando o porque a equipe ter a 2ª pior média de público da NBA com 14.696 (na frente apenas do Nuggets) ou 75,9% de ocupação do Target Center (melhor do que a do Detroit Pistons).
Mas qual é o motivo de isso acontecer com a equipe que revelou Kevin Garnett?
O primeiro motivo a ser listado é a quantidade de erros cometidos pela administração em apostas por jogadores que pensaram que ajudariam a equipe. Glen Taylor, que foi o proprietário desde 1994, ficou banido por quase 1 ano em 2000 quando a equipe assinou um contrato ilegal com o ala-pivô Joe Smith. Na época, a ideia era enganar o teto salarial da liga, já que o primeiro vínculo com o atleta seria com valores baixos mas com uma promessa de um novo contrato que atingiria a casa dos milhões. Além da violação dada ao ex-dono da franquia, a equipe de Minneapolis teve a perda dos direitos de 3 escolhas de primeira rodada nos Drafts de 2001, 2002 e 2003. Mas quando voltou a ficar com as escolhas, a ajuda não foi das melhores.
Mesmo ficando com jogadores como Kevin Love (selecionado na 5ª posição pelo Memphis Grizzlies e trocado no Draft de 2008 com Mike Miller, Jason Collins e Brian Cardinal para o Timberwolves por O. J. Mayo, Antoine Walker, Marko Jarić e Greg Buckner) e Ricky Rubio (5º selecionado no Draft de 2009), entre 2005 e 2011 (vezes que a equipe ficou com uma escolha na loteria do Draft), os recrutados não tiveram muito sucesso. Exemplos disso são Rashad McCants, Randy Foye, Corey Brewer, Jonny Flynn, Wesley Johnson e Derrick Williams.
A troca de treinadores foi um dos motivos da falta de sucesso desde 2004-05. Entre 1996 e 2004, Flip Saunders levou a equipe aos playoffs por 8 vezes consecutivas. Porém, em 2005, Kevin McHale (então diretor de operações da franquia e responsável por ter draftado Kevin Garnett) demitiu Saunders e assumiu o posto até o final da temporada 2004-05. Durante os 13 anos de seca da pós-temporada, foram 8 treinadores diferentes na franquia, sendo que, nesse intervalo de tempo, Saunders e McHale tiveram 2 passagens cada.
Uma das trocas que tiveram maior repercussão entre os torcedores por ter sido um erro foi a demissão de Dwane Casey, que teve 50% de aproveitamento em 40 partidas, para assumir seu lugar Randy Wittman que teve 28,7% de aproveitamento (12 vitórias e 42 derrotas).
A perda de força da equipe tem relação à ocupação de sua arena nos jogos. Em 2003-04, a equipe teve médias de 17,6 mil torcedores por jogo, representando 92,8% de sua casa. Na temporada seguinte, foram médias de 17,1 mil torcedores por partida e 90,4% de aproveitamento. Depois disso, o torcedor "abandonou" a equipe. Desde 2005, a equipe só ficou no top 20 de média de público em 2011-12 quando ficou em 15º de média (17,5 mil torcedores por jogo) e 14º em ocupação de sua arena. Nas últimas 3 temporadas, a média de público do Wolves ficou sempre na penúltima posição.
O último motivo da decadência da equipe é a falta de uma equipe cheia de talentos. Kevin Love já foi embora, mas Ricky Rubio, atualmente com 26 anos, continua sendo uma peça importante na franquia com 1.7 roubos de bola por jogo (9º da liga) e 9.1 assistências (5º melhor nessa temporada). Ao seu lado, tem jovens que possuem tarefas importantes em seu elenco, como Andrew Wiggins e Karl-Anthony Towns, vencedores do prêmio de Rookie of the Year em 2014-15 e 2015-16 respectivamente. Mesmo estando em seu 2º ano na liga, Towns aparece no top 10 da NBA em vários aspectos, como porcentagem de arremesso de 2 pontos (9º colocado), rebotes ofensivos (5º), rebotes defensivos (8º) e rebotes totais (6º), cabendo a ele o prêmio de melhor jogador da semana em março.
Além deles, a equipe ainda possui Zach LaVine, ala-armador de 22 anos (aparecendo no segundo time dos calouros de 2014-15 e bicampeão do torneio de enterradas no All Star Weekend de 2015 e 2016) e Kris Dunn (5ª escolha geral no último Draft) que ainda tenta mostrar ser merecedor de tal rerutamento.
Se a equipe acertar todos esses erros que ela teve entre esses 13 anos longe da disputa do título da NBA, a maldição de Minnesota irá se acabar ou continuará a pairar sobre Minneapolis?