O que aconteceu em Cleveland

Seja bem-vindo ao Basquete Nosso! A última quinta-feira (8) foi marcada por ser a trade deadline na NBA. O dia é conhecido por ser o último dia em que as equipes podem trocas seus jogadores com as outras franquias da liga. Nesse dia, é esperado que ocorram muitas trocas, sendo algumas delas bombásticas por alguns times acabarem se destacando mais pelas trocas que fez. Nesse ano, o destaque maior ficou para o 3º colocado da Conferência Leste: o Cleveland Cavaliers. Com 32 vitórias e 22 derrotas, o Cavs trocou: Isaiah Thomas, Channing Frye e uma escolha de 1ª rodada para o Los Angeles Lakers; Iman Shumpert para o Sacramento Kings; Derrick Rose e Jae Crowder para o Utah Jazz (Rose foi dispensado pelo Jazz); e Dwyane Wade para o Heat.
Em troca, vieram: Jordan Clarkson e Larry Nance Jr. do Lakers; George Hill do Kings; e Rodney Hood do Jazz; e uma escolha de 2ª rodada fortemente protegida do Draft de 2020 do Miami Heat. Com tantas trocas, a pergunta que fica na cabeça do fã da NBA é: o que aconteceu em Cleveland? Hoje, no Basquete Nosso, você verá o que aconteceu na equipe de LeBron James e Cia.


Porque trocar tantos jogadores?

O Cavs precisava fazer uma reformulação em seu elenco devido a má funcionalidade do elenco que iniciou a temporada 2017-18 da NBA.
Isso vai desde as 13 derrotas em 21 jogos até a queda para a 3ª posição da Conferência Leste (ficando atrás do Boston Celtics e do Toronto Raptors) e tendo um saldo de pontos negativos (5948 pontos sofridos e 5929 pontos feitos em 54 jogos). O Cavalies estava em uma série vergonhosa na televisão americana (8 derrotas em 8 jogos) e a guerra de argumentos entre toda a organização deixou uma imagem de elenco rachado. Era uma situação alarmante que tinha que ser mudada.
Cortar a isca em Isaiah Thomas e Jae Crowder foi difícil, mas necessário. Eles não conseguiram repetir suas grandes atuações que faziam no Celtics na temporada 2016-17 e, o pior de tudo, Isaiah causou muito drama tanto com portas fechadas quanto na mídia. A dor de cabeça em mantê-los não valia a pena, então foram trocados por dois jogadores como Jordan Clarkson e Larry Nance Jr., que poderiam ser peças de rotação produtivas.
Adicionar George Hill e Rodney Hood foi uma coisa para ser resolvida facilmente, especialmente a esse preço. Hill vai para ser titular, enquanto Clarkson retoma os minutos de Derrick Rose no banco. Hood é uma atualização em relação a Jae Crowder, especialmente na parte ofensiva.
Deixar Dwyane Wade sair também foi uma decisão difícil, especialmente por ter um papel importante no banco do Cavs. Mas a organização teve que dar respeito ao ala-armador para ele decidir seu próprio futuro depois de sair do time titular. Wade decidiu voltar para o Miami Heat, e o Cavs respeitou sua decisão.


Como eles irão se ajustar?

Tyronn Lue terá seu trabalho voltado somente para ele por precisar encontrar novos papéis e integrar suas novas peças com apenas dois meses para o início dos playoffs.
Seus times famosos não praticam, mas Lue terá que mudar essa política devido estar em uma corrida contra o relógio para melhorar a cada dia. Mesmo assim, ele precisa ter atenção com sua organização para não sobrecarregar LeBron James.
O time titular deve ser na sua maioria sem alterações, colocando apenas George Hill no lugar de Isaiah Thomas. Hill deve ser um ajuste melhor em ambos os lados já que ele é melhor na defesa e não controla tanto a bola como Isaiah. Lue também poderia dar a titularidade de J.R. Smith para Rodney Hood, mas J.R. começou a ter boas atuações nesse momento, não tendo uma certa necessidade de substituir J.R. Smith por Rodney Hood.
Com Kevin Love fora das quadras durante um período de 8 semanas, Hood poderia começar de qualquer jeito. Esse lugar no time titular pertenceu a Jae Crowder na maior parte da temporada e, enquanto Hood é levado para ser o ala, ele prova ser um arremessador no perímetro e explodir para 20 pontos em uma determinada noite.
O que acontecerá quando Love voltar ainda não está certo. Seria a melhor saída o Cavs reduzire o tamanho do time e melhorar a pontuação de Love como pivô? Ou levam Hood para o banco e começam a partida com Kevin Love e Tristan Thompson de titulares? Tudo isso dependerá da forma que Rodney Hood responderá nessas próximas semanas.
Mais complicado que decidir os titulares será organizar o banco de reservas, já que o elenco é completamente diferente. Larry Nance Jr. oferece mais presença no garrafão em ambos os lados, mas o espaço que Channing Frye tinha era uma das chaves do sucesso do Cavaliers. Também não é certo que Jordan Clarkson (uma peça no banco de alta utilização e baixa eficiência) possa substituir o que Wade fez.


Será que dará certo?

O Cavaliers possui dois focos para essa temporada: ir para as Finais e, então, re-contratar LeBron James.
Os reforços citados acima ajudarão nessa caminhada, mas não são uma bala de prata para acabar com tudo. George Hill, Rodney Hood, Jordan Clarkson e Larry Nance Jr. são jogadores capazes de rotação, mas não muito mais do que isso. O chão é maior (por se tratar de jogadores mais saudáveis, mais jovens e mais felizes do que seus antecessores), mas o teto é menor.
Nenhum deles se aproximam ao nível da versão saudável de Isaiah Thomas na temporada 2016-17. O peso para criar um ataque ainda depende de LeBron James, que pode vir de qualquer maneira. LeBron tendo mais posses de bola é sempre algo bom, mas não se ele se desgastar muito antes do início dos playoffs.
Esses quatro reforços devem manter o Cavs competitivos no Leste, mas nenhum deles pode fazer a diferença contra o Golden State Warriors caso o Cavaliers retorne às Finais. Cleveland pode montar alinhamentos mais dinâmicos com mais alas para combinar com o Warriors, mas novamente, terão LeBron para criar todos os ataques.
Quanto a manter LeBron James, essa é uma questão que está no ar. Ele não deu garantia ao Cavaliers que permanecerá em Cleveland. Mas que escolha eles tiveram? Ele não está garantido de ficar se as coisas funcionem bem, mas ele definitivamente teria saído se as coisas ficassem como estavam. Koby Altman, sob a direção de Dan Gilbert, fez um esforço para manter o melhor jogador do mundo na equipe.

Será que isso irá gerar algum arrependimento?

O Cavs fez todos os esforços para proteger o barco, sem exceção de abrir mão da vitoriosa escolha do Draft de 2018 do Brooklyn Nets (via Boston Celtics).
Eles ficaram firmes nessa frente porque precisavam de algo para se proteger contra LeBron indo embora no verão. Eles reforçaram mais o seu futuro com peças como Jordan Clarkson, Larry Nance Jr. e Rodney Hood caso eles escolham voltar a assinar com o Cavs. Definitivamente, é muito melhor do que acabar levando nas costas jogadores veteranos.
Porém, Cleveland assumiu um grande risco levando dinheiro a longo prazo para o Lakers, que são cogitados para ser o principal concorrente por LeBron. Agora, a franquia de Los Angeles pode assinar 2 contratos máximos com jogadores nesse verão, e seria um pesadelo de relações públicas se Cleveland sofresse com isso.